CNBB divulga mensagem aos agentes da Pastoral do Dízimo

Prezados agentes da Pastoral do Dízimo,

 

É com alegria que os Bispos do Brasil, reunidos em Aparecida sob o manto de Nossa Senhora, participando da 52ª Assembleia Geral da CNBB, comunicam que será feito um estudo sobre a Pastoral do Dízimo.

 

O que nos leva a tomar essa iniciativa é a certeza de que o Dízimo é um sinal visível da participação e corresponsabilidade dos fiéis na comunidade eclesial; ajuda os católicos a desenvolver sua consciência de pertença à Igreja; é uma expressão viva da fé e da gratidão a Deus; dá condições à Igreja de cumprir sua missão evangelizadora; incentiva a partilha de nossos bens com os pobres.

 

Para coordenar este trabalho, foi nomeada uma Comissão Episcopal para a Pastoral do Dízimo que irá conhecer as ricas experiências de nossas comunidades, recolher o material que muitas Dioceses já produziram sobre essa praxe bíblica e estudar as reflexões e publicações de inúmeros teólogos e pastoralistas. Em seguida, será elaborado um Anteprojeto aberto à colaboração de todos, para possibilitar melhores condições de aprovação e publicação na coleção de "Estudos da CNBB".

 

Por isso, quando sua Equipe Diocesana for chamada a colaborar com a Comissão Episcopal para o Dízimo, nomeada pela Presidência da CNBB, esperamos que o faça com alegria. O resultado desse trabalho certamente ajudará as Dioceses que querem incentivar, renovar ou mesmo implantar este importante serviço Pastoral.

 

Agradecemos a todos os que se dedicam a esta Pastoral e imploramos a graça de Deus para os seus trabalhos que possibilitam nossa Igreja imitar as primeiras comunidades cristãs: "Todos os que acreditavam estavam unidos e tinham tudo em comum" (At 2,44).

Nossa Senhora Aparecida, nossa padroeira e Rainha, interceda por nossas comunidades, seus pastores e cada um dos discípulos missionários de seu Filho.

Aparecida, 08 de maio de 2014.

 

Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

 

Dom José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Quanto devo devolver de dízimo?

Em seu sentido etimológico, a palavra dízimo quer dizer a décima parte, dez por cento. No Antigo Testamento, de acordo com a Lei, o dízimo era entendido nesse sentido de décima parte, ou seja, deveria ser devolvido dez por cento do que era produzido (Lv 27, 30-34).

No Novo Testamento, sob a liberdade dada pelo Espírito Santo, já sem a dependência da Lei, o dízimo passa a ser uma questão de generosidade: "Dê cada um conforme o impulso do seu coração" (II Cor 9, 7).

O dizimista deve sentir-se livre perante Deus e a comunidade ao fixar o seu dízimo. O valor do dízimo dever ser amadurecido no coração, deve corresponder à gratidão a Deus e ao amor que temos para com a Igreja. Não se trata, portanto, de esmolas ou sobras. Trata-se de uma questão de consciência.

Como diz São Paulo, "cada um examine o seu procedimento" (Gl 6, 4; II Cor 13, 5).

                                                  O QUE É DÍZIMO?

Na história do Povo de Deus, de ontem e de hoje, o dízimo tem sentido primeiro de gratidão a Deus: "Tudo vem de vós e não oferecemos senão o que temos recebido de vossa mão" (I Cr 29, 14). Essa gratidão se manifesta na devolução de parte do que recebemos como fruto de nosso trabalho, parte essa consagrada a Deus (Lv 27, 30).

Ao mesmo tempo, o dízimo tem sentido de sustentação das necessidades materiais da Igreja (Nm 18, 21; Ml 3, 10; Mt 10, 10; I Cor 9, 11). Pelo batismo, o cristão é chamado a ser Igreja; pelo dízimo, é chamado à partilha, de modo que o seu dízimo é colocado a serviço da ação evangelizadora da Igreja, nas dimensões religiosa, social e missionária.

Assim, podemos dizer que o dízimo é antes de tudo ação de graças a Deus por tudo o que Dele recebemos e, ao mesmo tempo, é um gesto concreto de compromisso com a Igreja e com os irmãos.

(Fonte: folder "Dízimo" da diocese de Blumenau)